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sábado, 13 de novembro de 2010

A PESTE DE JANICE


A peste da Janice

Bom pessoal, o curta é interessante, um pouco simples, sem grandes novidades, é bem sentimental, mas, vale gastar 15 minutinhos do seu tempo assistindo-o. Dá para ser trabalhado em sala de aula, até mesmo, com a turminha do fundamental um.

Vamos lá! Analisarei personagens principais e, depois, farei um comentário geral:

JANICE: no filme, Janice é a garota nova na escola, filha da faxineira, encontra dificuldade de inserir-se no grupo. Veste-se com roupas maiores do que o seu tamanho, o sapato não é tão lustrado como o das outras garotas e, seus ombros, sempre caídos. Tenta fazer amizade com uma garota, a Virgínia (na sinopse está escrito que ela também é nova na escola, mas ficou um pouco confuso no filme). Quando termina a aula, Janice aguarda alguns minutos a mais no colégio para poder ir embora. Não apareceu no filme, mas, como Janice é um alvo bem típico de bullying, dá para perceber que ela fazia isso, para não ser agredida psicologicamente, também, lá fora.

Crítica: no filme, Janice possui um ar de coitadinha, vítima, inferior... O diretor realça que Janice possui uma condição econômica inferior ao das outras meninas do colégio de maneira a vitimá-la. Tudo bem, o curta é melodramático, não poderia ser diferente, mas, um aluno novo na escola, seja ele rico, pobre, feio, bonito, tímido ou não, encontra dificuldade de inserir-se no grupo e, também, pode ser alvo de bullying. Para aqueles que pensam como um autor de bullying, o fato dela ter condição financeira inferior ao das garotas, estudar na mesma escola que elas, seria um “bom” motivo para Janice ser zoada.
No caso, Janice foi alvo de uma agressão psicológica, de uma “Brincadeira” que faz chorar. Pois, repetidamente, freqüentemente e intencionalmente inventaram para ela um boato, que se tornou uma “brincadeirinha” entre as meninas do colégio. 

MÃE: A mãe da Janice á a faxineira da escola e, por direito, possui uma vaga para a sua filha única estudar no colégio. Trabalha no intervalo, na entrada e na saída da menina, ou seja, está presente nos mesmos espaços escolares que a filha, ás vezes até, no mesmo momento. No filme, Janice pedi a sua mãe para que, depois que as aulas acabassem, aguardar na escola o término do trabalho da mãe. Mas, a mãe diz que não, pois, Janice tem que jantar, fazer dever de casa, se encontrar com a avó. “Não e Não Janice!”, diz a mãe.

Crítica: a mãe de Janice, assim como a maioria das mães e pais que desconhecem o que é o bullying, não fica atenta as pistas. Estes pais e mães nem imaginam que seus filhos possam dar indícios de envolvimento com o fenômeno seja exercendo o papel de autor de bullying, seja, como no caso do filme, exercendo o papel de alvo dessas agressões. Por isso, buscar informações sobre o que é o bullying, como identificá-lo, como preveni-lo e combatê-lo é essencial para a diminuição dos casos. Além disso, voltando para a mãe da Janice e estendendo a crítica para as outras mães e pais, que negócio é esse de não e não? “Péra aí”! ... O não é muito importante na formação dos nossos filhos, resume, se é que posso dizer assim, o limite na educação deles. Mas, antes de dizermos não, devemos nos atentar ao pedido dos nossos filhos. Vejam só: “Janice, minha filha, por que insiste tanto em voltar comigo para casa? O que está acontecendo? Quer conversar em casa? Posso te ajudar com alguma coisa?”. Pessoal essa frase é criação minha ok? Não está no filme! Mas, deu para sacar o que quero dizer, né? Daria uma abertura para que a Janice pudesse cofiar em sua mãe e, talvez, contar como se sente e o que está acontecendo. Menos de 5% dos alvos de bullying contam que estão sofrendo, e nós, que não estamos envolvidos diretamente com o fenômeno, podemos e devemos mudar essa situação.

VIRGÍNIA: ela é a outra garota nova na escola. O filme mostra que ela se veste melhor, usa os sapatos iguais aos das outras meninas, fez amizades com a turma, também aparenta ser tímida, assim com Janice. É doce e gosta da Janice, conversa com ela somente quando não está na escola. 

Crítica: Claramente entendo que, no filme, o fato da Janice ser alvo de bullying é pela sua condição social. O curta mostra algo que não gostei, pois, parece que somente as pessoas com classe inferior é que sofrem bullying ao entrar na escola nova. Isso porque ambas eram novas, tímidas, mas uma vestia-se melhor e não era a filha da faxineira. Esta, a Virgínia, consegue um entrosamento rápido com a turma, e nem sempre é assim, mesmo tendo condições melhores. Acredito que para mostrar mais a realidade do bullying, a aceitação de Virgínia pela turma, não deveria ser tão pacífica assim. Virginia fica dividida entre a amiga que gosta, Janice, e a turma da escola. Pensa como uma espectadora de bullying, “é melhor eu me unir aos autores do que me tornar o próximo alvo”!. Parece esperto este pensamento, mas, além de contribuir para que o caso não acabe, sofre por ficar dividida e achar que não pode fazer nada para ajudar a amiga.

PROFESSORA: A professora não percebe que o bullying acontece na sua sala de aula. Dá mais importância para as questões de etiqueta (“superficiais”), do que para as questões morais. Não demonstra nenhuma intervenção para conter o bullying, mesmo quando tem oportunidade. O filme não apresenta solução para o caso.

Crítica: Começo por um dado intrigante, na vida real, pesquisas recentes indicam que o local onde o bullying mais acontece é a sala de aula, com a presença da professora. Então, neste caso, o filme retrata bem o comportamento da maioria dos professores e profissionais da educação. Ora, a professora teve a oportunidade de mediar uma situação de conflito quando, no filme, a autora é pega jogando bolinha de papel na Janice. E a professora, não deu a mínima para o sentimento de Janice, para as questões morais ali envolvidas, como respeito ao próximo, cidadania, desperdício, justiça, conhecer o outro, refletir sobre suas ações. Ela se preocupou em chamar a atenção da autora pelo seu comportamento indisciplinar, dizendo: “isso é jeito de menina se comportar?”, “ninguém gosta de menina que não estuda!” (claro que gosta gente! Gostam das que não estudam , gostam das que estudam, tem gosto para tudo nesse mundo!!) O que as garotas fizeram com o discurso da professora? Seguraram o riso, aquilo não acrescentou em nada na vida delas como alunas e cidadãs! E, infelizmente, essa é a postura da maior parte dos professores, afinal, classe boa é aquela que não dá um piu, não é? Sim? Não?

MARINA: autora de bullying típica, a líder da turma, falante, gosta de chamar a atenção, não reflete sobre suas ações e nem o sentimento alheio. No filme, Marina inventa que, quem encostasse na Janice, pegaria a peste dela (referindo-se a sujeira, pois tiravam sarro da mãe dela que era faxineira da escola). O boato acaba por virar uma “brincadeira” de mau gosto e, mais cedo do que se imagina, torna-se uma agressão psicológica a Janice.

Crítica: Marina é aquela “sem noção” sabe? E sai por aí rindo, zoando, ferindo, agredindo as pessoas sem se importar, ou melhor, sem pensar que pode magoar, ferir e até mesmo matar alguém. Matar? É. Matar sim, em casos extremos o bullying mata. (Colocarei um post sobre isso mais para frente). A professora não soube trabalhar com o bullying em sala de aula e, Marina, continuou com suas agressões. As conseqüências para Janice são muitas, mas para Marina, assim como para todos os autores de bullying, também são.

Querem saber o Final do Curta?

Bem, no final do filme a amiga, Virgínia, tem que escolher entre continuar a “brincadeira” de “passar a peste da Janice” para outra garota, já que alguém a encostou, portanto, “pegou a peste”; ou parar com isso. Mas, o filme não mostra o que Virginia escolheu!!!!! Da para acreditar????

Quem for sentimentalista, emotiva e romântica, assim como eu sou, vai acreditar num final feliz, é claro! Com a Virgínia fazendo um discurso para classe sobre as conseqüências daquela violência a Janice, colocando um fim na “brincadeira”, todos se abraçando, pegando a Janice no colo, enfim, dando um basta no bullying. 

Mas, mesmo sendo tão emotiva, conheço a realidade e os meus anos pesquisando o bullying me mostram que, o final, não seria assim tão feliz para a Janice. E, caso nenhum educador interviesse de maneira positiva contra o bullying, Janice seria agredida psicologicamente e, quem sabe até fisicamente, por longos anos de escola!!
Assista o curta:
http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=5124

Gostaram ? Possuem críticas, comentários? Identificaram-se com algum personagem? Deixem comentários.

domingo, 7 de novembro de 2010

DIFERENTE MAS IGUAL

PESQUISA SOBRE BULLYING NA ESCOLA GG

BULLYING NO GUILHERME GIORGI
Resultados da pesquisa:
Aproximadamente 960 pessoas responderam a pesquisa e 24% admitiram cometer bullying.
O maior índice de bullying, segunda a pesquisa está concentrado nas 8ªs séries.
Muita gente na escola, acredita que o problema tem solução.
A comunidade escolar está ciente da situação, pois 75% dos alunos disseram já ter presenciado situações de humilhação no Guilherme Giorgi.
Um dado curioso é que 95% dos alunos na escola, desaprovam o bullying.Então, se grande parte da comunidade, acha o bullying injusto, exclusor, por que ele existe na escola? Concluímos que a situação contempla os interesses da minoria nesse quesito.
A pesquisa mostrou também que 60% dos alunos, já sofreu com essa prática.Pense bem, pois você pode ser a próxima vítima.

Bullying. Cinco anos de prisão para crimes de violência escolar

 Bullying. Cinco anos de prisão para crimes de violência escolar
O governo aprovou a proposta do novo crime de violência escolar. A intenção é que a medida tenha um efeito dissuasor
Maus-tratos físicos ou psíquicos, incluindo ofensas sexuais, castigos corporais e privações da liberdade, que aconteçam nas escolas, serão puníveis com um a cinco anos de prisão. A proposta de lei que transforma a violência escolar em crime foi ontem aprovada em Conselho de Ministros e prevê também que os alunos menores - dos 12 aos 16 anos - praticantes de actos de agressão, sofram "medidas tutelares educativas", já que nestas idades "são inimputáveis para efeitos da lei penal" portuguesa, explica a ministra da Educação.

Isabel Alçada afirma que "intimidações, agressões, assédios de natureza física ou psicológica e actos de violência contra alunos e membros da comunidade escolar" fazem parte do projecto. A sugestão, diz, pretende "distinguir situações mais graves de menos graves" e a resolução das últimas deve ficar a cargo da direcção da escola e dos docentes, com igual
responsabilidade das famílias.
Mas a intenção não fica por aqui. O objectivo é também que "a criação do novo regime de violência escolar produza um efeito dissuasor, contribuindo para a manutenção da necessária estabilidade e segurança do ambiente escolar", adianta a tutela. Uma forma de prevenção

A Associação Nacional de Professores (ANP) defende que se deu um "passo positivo". João Grancho, presidente do organismo, revela que qualquer medida contra a violência é positiva, não deixando de lembrar que é importante "efectivar a lei". Sublinha: "Só por existir a lei, não é factor suficiente para que deixe de acontecer [violência], mas era preciso criar este quadro legal para que outros mecanismos funcionem."

João Grancho defende ainda que faz todo o sentido que a violência escolar seja instituída como crime público - que não precisa de apresentação de queixa para que o Ministério Público abra um inquérito. Isabel Alçada não se pronunciou sobre esta consideração - nem o Conselho de Ministros.

O presidente da ANP admite que "aquilo que tem vindo a ser feito não tinha resultado porque os instrumentos que havia de prevenção não eram suficientes". As ferramentas são agora diferentes. A pena de prisão pode ser agravada entre três e dez anos, em situações de morte da vítima. Nos casos em que se verifique ofensa à integridade física, o agravamento pode chegar aos oito anos.

No comunicado do Conselho de Ministros lê-se que o "crime de violência escolar, a instituir, abrange o fenómeno correntemente designado como bullying cujos efeitos, além dos imediatamente produzidos na integridade pessoal das vítimas, se repercutem no funcionamento das escolas e na vida diária das famílias". A proposta de lei agora será submetida à Assembleia da República.
através da regra.

Fonte: Portugal I

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

FILME: BULLYING

A experiência com o filme foi bastante interessante. Senti que os alunos ficaram tocados com a situação de Jordi, um jovem adolescente que perdeu recentemente o pai e muda-se com a mãe para outro lugar.
A reação dos jovens foi bastante intensa! No final do filme, abrimos um espaço de reflexão sobre o assunto abordado - descobrimos o perfil do agressor, da vítima, a omissão da escola, dos "amigos"... Espero que a lição de Jordi fique para todos nós. O bullying é muito sério e não deve ser tolerado. Precisamos criar uma cultura diferente na escola.